O corpo é o lugar de diferentes formas de sociabilidade e espelha, assim, a vida social de uma comunidade. O corpo produz, continuamente, um sentido, inserindo-o dentro de um espaço social, ou seja, longe de ser apenas algo da ordem do biológico, ele terá sempre uma dimensão social e cultural.
A maneira como caminhamos, sentamos e usamos as mãos à mesa, ou como choramos, estará sempre referida a uma educação social, que, por sua vez, espelha a mágica, as origens e as crenças de determinada sociedade.
Uma multiplicidade de gestos, e mesmo de sentimentos, tal é o caso, por exemplo, do choro, atribuído frequentemente a uma manifestação de dor ou de tristeza.
Na Idade Média, o homem era o seu corpo, não havendo a distinção atual.
O corpo responderá a uma soma de solicitações da vida social por meio de gestos, sensações ou sentimentos que o inserem em uma lógica de significações. É essa subordinação à ordem social que dá ao corpo a possibilidade de ser o suporte essencial à vida do sujeito, sem que a vontade deste seja, constantemente, convocada para todas as manifestações da vida cotidiana.
O corpo é uma construção social, da mesma forma que a linguagem ou o pensamento e sua relação com a própria comunidade.
Esse corpo é, mais do que nunca, o centro do nosso cotidiano, em suas aspirações de saúde perfeita, juventude eterna e beleza ideal. Se suas aspirações individuais são, frequentemente, criticadas, estas são representativas da cultura dominante, nas quais se inscrevem as representações de homem, de corpo e de progressso da ciência. O corpo desse século é mais do que nunca representado como expressão perfeita da evolução: o corpo do homem é a própria imagem de sua cultura.
Conforme apontamos do belo corpo, dos heróis cinematográficos, a associação beleza/saúde/potência estará sempre presente e não poderá jamais ser desvinculada dos discursos que a produzem e que, por ela, são produzidos.
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