O estresse é um adversário astuto. Penetra na pele de maneiras furtivas e lá infringe seus danos.
Hoje, o estresse vem da correria para não perder o ônibus ou metrô a caminho do trabalho, do chefe exigente, da babá que não aparece, dos alimentos contaminados, das preocupações com o aquecimento global... a lista de perigos da vida moderna é infinita, e, ao contrário do confronto com um desses felinos _ ele ataca, voce perde e ponto final _ os estresses modernos podem ser implacáveis, contínuos e cumulativos.
Quando as demandas que nos são impostas excedem a capacidade percebida de lidar com elas, o estresse se instala. Ele é definido também como pensamentos, sensações, comportamentos e mudanças fisiológicas resultantes dessas demandas e percepções.
A psicologia do estresse teve avanços importantes na medicina e em saúde pública. Hoje, temos mais probabilidade de morrer velhos e desgastados; sucumbimos a uma série de doenças relacionadas à idade que se acumulam ao longo da vida e acabam se manifestando na velhice.
Hoje reconhecemos e reunimos as provas científicas do complexo entrelaçamento entre a biologia e a psicologia _ as formas como as personalidades, emoções, sentimentos e pensamentos ao mesmo tempo refletem e afetam o que ocorre dentro do corpo. Há inúmeras vias de mão dupla aqui: a vida tem impacto no corpo fisicamente, e o corpo físico influencia como nos sentimos, vivemos e se podemos ou não nos considerar felizes. Fatores intangíveis, como sofrimento emocional, características de personalidade e até fatores socioeconômicos podem influenciar os processos físicos, inclusive aspectos reais e físicos como o funcionamento do coração, mente, nervos e células de gordura. A pressão da competição ou do cumprimento dos prazos pode elevar os batimentos cardíacos, alertar os sentidos e concentrar todas as células do organismo na partida de tênis ou naquela apresentação do trabalho.
A ironia está no fato de que, aparentemente, o estresse é algo com o qual aprendemos a lidar melhor com o passar do tempo.
Cada um reage de uma maneira diferente aos acontecimentos estressantes, mas, de modo geral, com a idade, aprendemos a lidar melhor com eles.
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