A importância da boa aparência e da imagem corporal na cultura da atualidade são percebidas como um fenômeno de supervalorização da imagem e de concentração na forma, reduzindo, dessa forma, as relações humanas à sua dimensão visual, estabelecem, dessa maneira, um confronto entre essência e aparência.
A beleza é uma recomendação mais influente que qualquer carta de apresentação. A idéia, aqui, é a de construção do corpo no que se refere à perfeição.
Estratégias de identificação _ qualificariam o corpo como mais ou menos perfeito. Somente na tradição de pensamento ocidental esses mecanismos produzem algum sentido, uma vez que farão sobressair padrões de perfeição estética que variam cada vez mais rapidamente. Se trata apenas delinear um conjunto de condições que permitiram, hoje, a hipervalorização da construção corporal, seja pela via de toda sorte de cirurgias estéticas, seja pela das dietas, cosmetologia, musculação, práticas de exercícios e tantas outras atividades similares. Apreendidas, inicialmente, como uma disciplina, com o passar do tempo são incorporadas ao cotidiano do sujeito, e, sem que ele perceba, acaba por reproduzi-las sem que haja uma dimensão crítica ou reflexiva sobre essas atividades/comportamentos _ são, muitas vezes, simplesmente executados automaticamente.
Por fim, esse discurso reduziria, a existência humana à sua dimensão mais superficial: a da imagem corporal. Constrói-se, então, a figura de um sujeito que mais parece, mal comparando, um carrinho de supermercado, no qual seu valor está naquilo que pode comprar _ o sujeito é aquilo que consome, tem sua imagem definida a partir daquilo que consome.
E, deste modo, carregado de um sentimento de culpa, nas quais comer não deve ser, senão, o ato de alimentar-se, destitui-se, dessa forma, a alimentação de toda a sua dimensão de prazer, fazendo com que o sujeito acredite que deva alimentar-se do olhar que equivale à aprovação social e que, por consequência, estimula tais práticas na obtenção desse corpo.
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