Parece que estamos diante de um paradoxo entre os ideais contemporâneos de feminilidade e a alavanca do avanço das técnicas na área da medicina cosmética. Embora ambos visem, através das alterações físicas, buscar a beleza, na cirurgia plástica o aperfeiçoamento da imagem corporal, os ideais de feminilidade exigem das mulheres a beleza autêntica. Mas, o que seria autêntico na contemporaneidade?
Podemos pensar que ser autêntico, hoje, advém dos esforços que devemos fazer no processo de embelezamento, ou da moral contemporânea, que entende a beleza como uma obrigação. Se até algumas décadas atrás os cuidados com a beleza faziam parte dos rituais de exercício da feminilidade e da vaidade, hoje, entretanto, eles vêm acompanhados da dor e da disciplina que constituem as práticas corporais. Se, por um lado, a tecnologia a serviço da beleza facilita a alteração da genética, a transformação corporal que é promovida vem às custas de sacrifícios proporcionais à transformação desejada.
A idéia de autenticidade está íntimamente associada aos esforços despendidos na intenção de alcançá-la. Autenticidade significa estar o mais próximo possível do seu ideal.
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